
23 de dez. de 2024
O que o caso dos noivos que comeram vidro por acidente pode nos ensinar sobre design de experiência offline
O design de experiências offline, aquelas realizadas em ambientes físicos, como tomar um café, assistir a um show ou frequentar um restaurante, exige a mesma precisão, clareza e segurança aplicadas ao design digital. Escolhas mal planejadas podem comprometer tanto a experiência quanto a segurança dos usuários. Em um casamento, por exemplo, os noivos morderam um copo de vidro acreditando ser açúcar, e outro doce apresentava uma fita não comestível confundida com papel de arroz. Esses incidentes evidenciam falhas de design que ignoraram a intuição e o contexto dos usuários.
Aplicar princípios de User Experience (UX) em experiências físicas é essencial, especialmente em eventos onde distração, emoção e impulsividade predominam. A seguir, analisamos as falhas ocorridas e apresentamos recomendações para evitar problemas semelhantes.

O Contexto do Usuário em Eventos Festivos
O design de experiências offline deve levar em conta o comportamento esperado dos usuários em um ambiente físico. Em eventos como casamentos, algumas características específicas influenciam essas interações:
Alta Distração: conversas, música e constantes interações dividem a atenção dos convidados. O design precisa ser autoexplicativo, eliminando ambiguidades que exijam interpretação detalhada.
Emoção e Impulso: a atmosfera festiva promove decisões rápidas e intuitivas, baseadas em associações visuais e táteis, sem análise aprofundada.
Influência de Álcool: bebidas alcoólicas reduzem o julgamento e aumentam a probabilidade de erros, tornando essencial que elementos de design sejam claros e seguros, minimizando interpretações equivocadas.
Heurísticas de UX Adaptadas ao Design Offline
Ao adaptar princípios de UX para experiências físicas, especialmente no contexto gastronômico, destacam-se as seguintes falhas:
Reconhecimento Imediato Materiais como vidro que imita açúcar ou fitas parecidas com papel de arroz violam o princípio de reconhecimento imediato. O design deve permitir que os usuários compreendam a natureza dos materiais de forma rápida e intuitiva, sem esforço cognitivo.
Prevenção de Erros O comportamento impulsivo em eventos exige designs que minimizem ambiguidades. A presença de materiais não comestíveis mal diferenciados aumentou o risco de confusões e acidentes.
Segurança Funcional Elementos devem ser seguros mesmo em condições de uso inadequado. O copo de vidro e a fita não comestível introduziram riscos evitáveis, decorrentes da escolha inadequada de materiais.
Adequação ao Contexto O design precisa se alinhar ao comportamento típico dos usuários em eventos comemorativos. Materiais e formas que imitam alimentos são inadequados nesse tipo de contexto, onde clareza e segurança são fundamentais.
Análise das Falhas
1. Escolha Inadequada de Materiais O copo de vidro apresentava uma semelhança sensorial com açúcar, criando uma ambiguidade inaceitável. Peso, textura e aparência contribuíram para confundir os usuários, que agiram com base em associações visuais, sem perceber que o material não era comestível. De forma semelhante, a fita não comestível utilizada em outro doce reforçou os riscos ao ser visualmente semelhante ao papel de arroz, amplamente usado em confeitaria. Essas escolhas demonstraram uma falta de atenção em diferenciar elementos decorativos de itens comestíveis, comprometendo a experiência e a segurança dos usuários.
2. Ausência de Alinhamento ao Comportamento do Usuário no Contexto O ambiente festivo intensifica interações rápidas e impulsivas. Em vez de antecipar esse comportamento, o design ignorou que os convidados confiariam em associações visuais e sensoriais para interpretar os elementos. A utilização de materiais que imitam alimentos contradiz a necessidade de clareza imediata, essencial em eventos onde a atenção dos usuários está dispersa.
3. Falta de Comunicação Intrínseca nos Elementos Elementos que dependem de explicações externas, como rótulos ou instruções verbais, introduzem barreiras na interação. Nem o copo de vidro nem a fita decorativa comunicavam intrinsecamente sua função ou não comestibilidade. Essa deficiência tornou os elementos suscetíveis a interpretações erradas, especialmente em um contexto de interação instintiva e impulsiva.
4. Negligência na Testagem em Cenários Reais A ausência de testes práticos em condições que simulassem o ambiente do evento revelou uma falha no processo de validação. Não houve avaliação sobre como os usuários interpretariam os materiais em um contexto de distração e emoção, resultando em elementos que não atendiam às exigências do uso real e contribuíram para os acidentes.

Recomendações para Experiências Gastronômicas em Eventos
Escolha de Materiais Comestíveis e Seguros Sempre que possível, opte por materiais comestíveis para elementos decorativos e funcionais. Recipientes feitos de chocolate, caramelo ou tiras de açúcar são alternativas que oferecem segurança sem comprometer a estética.
Testes de Usabilidade no Contexto Real Realize testes práticos em cenários que simulem o ambiente do evento. Inclua condições reais, como distração dos usuários, emoção e até mesmo o consumo de álcool, para identificar potenciais problemas e ajustar o design antes de sua implementação.
Design Intuitivo e Autoexplicativo Elementos devem comunicar sua função e natureza de forma intrínseca, utilizando texturas, formas e cores que deixem claro se são ou não comestíveis. Designs que eliminem ambiguidades sensoriais reduzem a necessidade de instruções externas e minimizam erros.
Alinhamento ao Comportamento do Usuário Considere o contexto emocional e social do evento ao projetar os elementos. Usuários tendem a agir impulsivamente em ambientes festivos; antecipar essas interações é fundamental para garantir a segurança e a satisfação.
Substituição de Materiais Ambíguos Evite utilizar elementos que possam ser confundidos com alimentos, como vidro com aparência de açúcar ou fitas similares a papel de arroz. Substituí-los por alternativas mais claras ou comestíveis elimina o risco de confusões.
Conclusão: A Excelência no Design de Experiências Offline
Os incidentes ocorridos reforçam a importância de um design estratégico e responsável para experiências offline. Escolhas inadequadas de materiais e formas comprometem não apenas a segurança dos usuários, mas também a percepção do evento como um todo.
Aplicar princípios de UX ao design offline transcende a estética, tornando-se uma responsabilidade que assegura clareza, segurança e adequação ao contexto. Em eventos onde os usuários agem de forma impulsiva e distraída, o design deve ser intuitivo, confiável e seguro — garantindo memórias inesquecíveis pelos motivos certos.
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